Presidente do IPCC pede esperança no combate às mudanças climáticas
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Cientistas estão reunidos para aprovar síntese do Quinto Relatório climático. Novo texto vai nortear governos na criação de acordo global contra emissões.
Cientistas do clima deram início nesta segunda-feira (27) a uma semana de reuniões em Copenhague, na Dinamarca, para aprovar a síntese do Quinto Relatório de Avaliação do Painel Internacional da ONU sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, composto por três grandes volumes divulgados nos últimos 13 meses.
O texto, denominado "Sumário para Desenvolvedores de Políticas" vai nortear as discussões em torno de um novo plano global para cortar emissões de gases, responsáveis pela elevação da temperatura do planeta. O tratado climático, que vai substituir o Protocolo de Kyoto -- que impõe restrições a nações ricas, menos EUA -- começará a ser delineado ainda este ano, na conferência de Lima (COP 20), e terá de ser aprovado em 2015, em Paris.
Segundo o presidente do painel científico da ONU, Rajendra Pachauri, as lideranças políticas não devem perder a esperança diante do enorme desafio de enfrentar as mudanças climáticas. "Não é impossível", lançou Pachauri. Para ele, os líderes políticos deveriam "evitar ser superados pela aparente desesperança ao lidar com as mudanças climáticas", afirmou o chefe da organização premiada com o Nobel da Paz.
Reunidos a portas fechadas, cientistas e representantes de governos devem bater o martelo na sexta-feira (31), para que o documento principal seja publicado no domingo (2).
Consequências drásticas
O primeiro capítulo afirmava que há mais de 95% (extremamente provável) de chance de que o homem tenha causado mais de metade da elevação média de temperatura registrada entre 1951 e 2010, que está na faixa entre 0,5 a 1,3 grau.
Sobre as previsões, a primeira parte trouxe também a informação de que há ao menos 66% de chance de a temperatura global aumentar pelo menos 2ºC até 2100 em comparação aos níveis pré-industriais (1850 a 1900). Isso se a queima de combustíveis fósseis continuar no ritmo atual e sem o cumprimento de políticas climáticas já existentes.
Os 259 pesquisadores-autores de várias partes do mundo, incluindo o Brasil, estimaram ainda que, no pior cenário possível de emissões, o nível do mar pode aumentar 82 centímetros, prejudicando regiões costeiras do planeta, e que o gelo do Ártico pode retroceder até 94% durante o verão no Hemisfério Norte.
Impactos e adaptação
Já o segundo capítulo, lançado no fim de março, concluiu que são "altamente confiáveis" as previsões de que danos residuais ligados a eventos naturais extremos ocorram em diferentes partes do planeta na segunda metade deste século. E isso deve acontecer mesmo se houver corte substancial de emissões nos próximos anos.
O texto aponta que populações pobres de regiões costeiras podem sofrer com o aumento do nível do mar, altas temperaturas acentuariam o risco de insegurança alimentar e que áreas tropicais da África, América do Sul e da Ásia devem sofrer com inundações causadas pelo excesso de tempestades.
O documento afirma também que há fortes evidências de uma redução da oferta de água potável em territórios subtropicais secos, o que aumentaria disputas pelo uso de bacias hidrográficas, além de uma possível perda de espécies de plantas e animais pela pressão humana, como a poluição e o desmatamento de florestas (leia mais aqui).
A terceira e última parte afirma que são necessárias mais ações para cortar as emissões de gases de efeito estufa para limitar o aquecimento do planeta a 2ºC até 2100. Segundo os cientistas, é preciso abandonar os combustíveis fósseis poluentes e utilizar fontes mais limpas para evitar o efeito estufa, que poderá provocar um aumento da temperatura do planeta entre 3,7ºC e 4,8ºC antes de 2100, o que seria um nível catastrófico.
Cientistas do clima deram início nesta segunda-feira (27) a uma semana de reuniões em Copenhague, na Dinamarca, para aprovar a síntese do Quinto Relatório de Avaliação do Painel Internacional da ONU sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, composto por três grandes volumes divulgados nos últimos 13 meses.
O texto, denominado "Sumário para Desenvolvedores de Políticas" vai nortear as discussões em torno de um novo plano global para cortar emissões de gases, responsáveis pela elevação da temperatura do planeta. O tratado climático, que vai substituir o Protocolo de Kyoto -- que impõe restrições a nações ricas, menos EUA -- começará a ser delineado ainda este ano, na conferência de Lima (COP 20), e terá de ser aprovado em 2015, em Paris.
Segundo o presidente do painel científico da ONU, Rajendra Pachauri, as lideranças políticas não devem perder a esperança diante do enorme desafio de enfrentar as mudanças climáticas. "Não é impossível", lançou Pachauri. Para ele, os líderes políticos deveriam "evitar ser superados pela aparente desesperança ao lidar com as mudanças climáticas", afirmou o chefe da organização premiada com o Nobel da Paz.
Reunidos a portas fechadas, cientistas e representantes de governos devem bater o martelo na sexta-feira (31), para que o documento principal seja publicado no domingo (2).
Consequências drásticas
Integrantes do governo brasileiro participam da reunião climática do IPCC, em Copenhague (Foto: Keld Navntoft/Scanpix Denmark/AFP) |
O primeiro capítulo afirmava que há mais de 95% (extremamente provável) de chance de que o homem tenha causado mais de metade da elevação média de temperatura registrada entre 1951 e 2010, que está na faixa entre 0,5 a 1,3 grau.
Sobre as previsões, a primeira parte trouxe também a informação de que há ao menos 66% de chance de a temperatura global aumentar pelo menos 2ºC até 2100 em comparação aos níveis pré-industriais (1850 a 1900). Isso se a queima de combustíveis fósseis continuar no ritmo atual e sem o cumprimento de políticas climáticas já existentes.
Os 259 pesquisadores-autores de várias partes do mundo, incluindo o Brasil, estimaram ainda que, no pior cenário possível de emissões, o nível do mar pode aumentar 82 centímetros, prejudicando regiões costeiras do planeta, e que o gelo do Ártico pode retroceder até 94% durante o verão no Hemisfério Norte.
Impactos e adaptação
Já o segundo capítulo, lançado no fim de março, concluiu que são "altamente confiáveis" as previsões de que danos residuais ligados a eventos naturais extremos ocorram em diferentes partes do planeta na segunda metade deste século. E isso deve acontecer mesmo se houver corte substancial de emissões nos próximos anos.
O texto aponta que populações pobres de regiões costeiras podem sofrer com o aumento do nível do mar, altas temperaturas acentuariam o risco de insegurança alimentar e que áreas tropicais da África, América do Sul e da Ásia devem sofrer com inundações causadas pelo excesso de tempestades.
O documento afirma também que há fortes evidências de uma redução da oferta de água potável em territórios subtropicais secos, o que aumentaria disputas pelo uso de bacias hidrográficas, além de uma possível perda de espécies de plantas e animais pela pressão humana, como a poluição e o desmatamento de florestas (leia mais aqui).
A terceira e última parte afirma que são necessárias mais ações para cortar as emissões de gases de efeito estufa para limitar o aquecimento do planeta a 2ºC até 2100. Segundo os cientistas, é preciso abandonar os combustíveis fósseis poluentes e utilizar fontes mais limpas para evitar o efeito estufa, que poderá provocar um aumento da temperatura do planeta entre 3,7ºC e 4,8ºC antes de 2100, o que seria um nível catastrófico.