Brasil lança ofensiva nos EUA por investimento em infraestrutura
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República Federativa do Brasil - BBC - 25 de setembro de
2013
Aproveitando a passagem da presidente Dilma Rousseff por
Nova York nesta semana para participar da Assembleia Geral da ONU, o governo
brasileiro realiza uma ofensiva com o objetivo de atrair investidores
estrangeiros ao setor de infraestrutura no país.
A ofensiva brasileira ocorre poucos dias após os revezes nos
leilões para a concessão do Campo de Libra do pré-sal e de rodovias, que
atraíram menos interesse do que o esperado.
Nesta quarta-feira, Dilma fará o discurso de encerramento do
seminário empresarial "Oportunidades em Infraestrutura no Brasil",
promovido pelo banco Goldman Sachs, jornal Metro e Grupo Bandeirantes de
Comunicação.
No encontro, mais de 300 investidores americanos, canadenses
e europeus deverão ouvir de autoridades brasileiras detalhes sobre o programa
brasileiro de concessões.
Além de Dilma, participam do evento os ministros da Fazenda,
Guido Mantega, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando
Pimentel, e os presidentes do Banco Central, Alexandre Tombini, e do BNDES,
Luciano Coutinho.
Na terça-feira, Mantega já havia falado a um grupo de vinte
grandes investidores em um almoço promovido pelo Bank of America Merrill Lynch.
Segundo o presidente para América Latina do banco americano,
Alexandre Bettamio, o encontro foi realizado por demanda dos clientes.
"Há muito interesse no Brasil", disse Bettamio, ao
observar que a carteira de investimentos administrada pelos investidores que
participaram do almoço é de cerca de US$ 10 trilhões.
Leilões
Nos últimos dias, o governo brasileiro viu leilões para
concessão de infraestrutura terem resultados decepcionantes.
No leilão de concessões de rodovias, não houve interessados
em um dos dois trechos em oferta, o da BR-262 entre Viana (ES) e João Monlevade
(MG). No outro trecho, da BR-050 entre Uberaba (MG) e Cristalina (GO), nenhuma
das oito empresas interessadas era estrangeira.
Na semana passada, o prazo de inscrições para o leilão do
Campo de Libra — o primeiro de exploração de petróleo na região do pré-sal
realizado sob o regime de partilha de produção — terminou com apenas 11
empresas inscritas.
O número de interessadas ficou abaixo das 40 empresas
esperadas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e não
incluiu gigantes do setor petrolífero, como ExxonMobil, Chevron, BG e BP.
Em entrevistas a jornalistas brasileiros em Nova York após o
almoço no Bank of America, Mantega descartou preocupações com esses resultados
recentes.
"Não há dúvida de que vai ser um sucesso", disse
em relação ao leilão do setor petrolífero.
"Apenas algumas (grandes
empresas) ficaram de fora."
Mantega disse ainda que "em breve" serão
oferecidas quatro rodovias para leilão. "As próximas rodovias a serem
anunciadas serão as mais rentáveis", afirmou o ministro.
Fôlego
Os leilões de concessão de rodovias integram o Programa de
Investimentos em Logística, que pretende dar fôlego à economia brasileira ao
atrair R$ 240 bilhões para a construção de estradas, ferrovias, portos e
aeroportos no Brasil.
Nos encontros nos Estados Unidos, as autoridades brasileiras
pretendem esclarecer dúvidas e convencer potenciais investidores sobre as
vantagens de apostar no setor de infraestrutura brasileiro.
O governo aposta no poder "dinamizador" que os
investimentos em infraestrutura terão sobre a economia nas próximas décadas,
como ressalta Mantega.
O ministro observa ainda que o grande volume de concessões
faz com que o Brasil precise de parceiros internacionais para financiar os
projetos.
Para o analista Lysle Brinker, da consultoria IHS, os
episódios recentes, como no caso do leilão do Campo de Libra, não podem ser
interpretados como perda de interesse das empresas americanas no Brasil.
"Só porque não se interessaram em Libra, não quer dizer
que não tenham interesse nas reservas de petróleo offshore do Brasil",
disse Brinker à BBC Brasil.
"Provavelmente as grandes empresas vão continuar a
buscar oportunidades de negócios no Brasil."
Disponível em:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/09/130925_brasil_ofensiva_eua_rw.shtml
Link complementar:
http://www.extralagoas.com.br/noticia/11173/internacional/2013/09/25/apos-criticas-aos-eua-na-onu-dilma-vai-defender-que-pais-invista-no-brasil.html
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/09/apos-criticas-aos-eua-na-onu-dilma-vai-defender-que-pais-invista-no-brasil.html