Vídeo 'mostra outro refém decapitado pelo Estado Islâmico'
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Um vídeo divulgado na internet nesta sexta-feira parece mostrar a decapitação de mais um refém por membros do grupo extremista que se auto-denomina "Estado Islâmico".
A vítima que aparece na gravação é o britânico Alan Henning, de 47 anos, sequestrado na Síria quando trabalhava na entrega de ajuda humanitária no último mês de dezembro.
As imagens têm as mesmas características de vídeos semelhantes que mostravam a decapitação de outros reféns. Como em gravações anteriores, o militante que aparece nas imagens tem sotaque britânico.
A chancelaria do Reino Unido afirmou que estava tentando verificar a autenticidade do vídeo. O órgão afirmou que, se confirmado, se trata de "mais um assassinato horrível".
"Nós faremos todo o possível para caçar esses assassinos e trazê-los à Justiça", afirmou o premiê David Cameron. Ele disse também que Henning foi à Síria para "ajudar todas as fés em seu momento de necessidade".
O vídeo divulgado nesta sexta-feira mostra apenas um homem que seria Henning ajoelhado em frente a um militante vestido de preto, em um local desértico. A gravação termina com o militante fazendo ameaças contra um outro homem identificado como o agente humanitário americano Peter Kassig, de 26 anos.
Em um comunicado, a família de Kassig pediu a pessoas em todo o mundo para rezar pela libertação do americano e de "todas as pessoas sendo mantidas reféns no Oriente Médio e ao redor do planeta".
Nascido no Estado americano de Indiana, Kassig trabalhou no Líbano, na Turquia e na Síria para ajudar as vítimas do conflito sírio.
A BBC apurou que ele teria sido sequestrado dentro de uma ambulância na Síria em 2013.
Um ano antes, ele havia aberto uma pequena empresa de assistência médica.
Os Estados Unidos afirmaram que ainda estão verificando a autenticidade do vídeo e, caso comprovada, seria “outra demonstração de brutalidade” do grupo radical islâmico, informou o governo americano.
Decapitações
Apelo
Apelo
O "Estado Islâmico" já decapitou três reféns desde o mês de agosto. Os militantes dizem que essa é uma resposta aos ataques aéreos de potências ocidentais no território controlado pelo grupo, que ocupa áreas do Iraque e da Síria.
Na África, extremistas da facção Jund al-Khilifa, simpatizantes do Estado Islâmico, também decapitaram um refém francês.
Henning trabalhou como taxista na cidade de Salford (norte da Inglaterra) antes de se envolver com ajuda humanitária.
Os extremistas haviam ameaçado matá-lo em um vídeo anterior que registrou o assassinato do também britânico David Haines.
Na terça-feira, a mulher de Henning havia feito um apelo por sua libertação. "Ele é inocente", disse ela.
Barbara Henning havia recebido mais cedo um arquivo em áudio onde podia ouvir seu marido implorando pela própria vida.
Em outro desdobramento, o pai de outro refém, o britânico John Cantlie, fez um apelo para que o filho seja libertado "para aqueles que ele ama e amam ele".
O jornalista, que foi sequestrado na Síria em 2012 e desde então é mantido refém por militantes do "Estado Islâmico", já apareceu em três vídeos.
Do hospital, Paul Cantlie falou com dificuldade sobre a sensação de "grande alívio" ao ver o filho pela primeira vez em dois anos, mas, ao mesmo tempo, dizia sentir "desespero e desamparo".
Os vídeos de Cantlie, que nasceu em Hampshire no sul da Inglaterra, têm as mesmas características, com o jornalista sentado em uma mesa diante de um fundo negro falando para as câmeras.
Na gravação mais recente, divulgada no início dessa semana, Cantlie ironizou a estratégia dos Estados Unidos ao usar ataques aéreos combinados com forças locais terrestres.
No vídeo, de cinco minutos e meio, ele sugeria haver mais mensagens.
Não há sinais de violência na gravação, mas Cantlie deixou claro que falava como prisioneiro cuja vida estava em perigo.
Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141003_refem_henning_lk