Enfrentamentos em Hong Kong entre estudantes e grupos contrários
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Depois de
um fim de semana de calma, a tensão voltou hoje ao centro de Hong Kong. Poucas
horas depois de a Polícia retirar algumas das barreiras que fechavam a região
ocupada há duas semanas pelos manifestantes que exigem eleições livres, grupos contrários ao movimento pró-democracia entraram
na área e começaram a desmanchar barricadas, o que deu início a enfrentamentos
com os estudantes.
A
Polícia, que ao retirar as barreiras tinha garantido que os manifestantes
podiam continuar nas ruas, estendeu um cordão para tentar separar os
simpatizantes do movimento pró-democracia dos grupos contrários.
Depois de
uma hora de discussões, os oponentes ao movimento pró-democracia deixaram a
região, enquanto os participantes da ocupação tentavam reconstruir as
barreiras.
Quase
simultaneamente, uma caravana de táxis chegava à região para exigir, entre
toques de buzina, que lhes fosse permitido passar e que as ruas fossem abertas.
Os taxistas são um dos grupos mais prejudicados pela ocupação em volta da sede
do governo autônomo, que fechou ao tráfego o centro da cidade e que no domingo entrou em sua terceira semana.
Segundo
testemunhas no local, os primeiros grupos a chegar à região onde se concentram
os manifestantes eram formados por homens de rosto coberto por máscaras
semelhantes às usadas pelos cirurgiões e, na China continental, para se
proteger da poluição.
Os manifestantes que se concentram em torno da sede do
governo local exigem a demissão do chefe do executivo autônomo,
Leung Chun-Ying, e uma reforma que conduza a comícios livres e democráticos em
2017, quando estão previstas as próximas eleições para líder do governo
autônomo.
O Governo central chinês apresentou em agosto uma
proposta que impede que os cidadãos possam eleger diretamente
os candidatos a essas eleições, algo que os participantes dos protestos
consideram impedir eleições realmente livres.
Leung,
que cancelou na quinta-feira passada as negociações
previstas com os estudantes à frente do movimento, garantiu que não
se demitirá. Em uma entrevista transmitida pela TV no domingo, considerou que
esses jovens têm uma probabilidade “próxima a zero” de obter sucesso em suas
reivindicações e modificar a proposta de Pequim.
O chefe
do executivo de Hong Kong, que está na província vizinha de Cantão para
participar de uma série de reuniões comerciais, garantiu hoje à imprensa
chinesa que quer que os protestos, que qualificou como ilegais, terminem o
quanto antes.
Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/13/internacional/1413186939_526940.html