Dilma faz apelo a líderes para que não votem pauta-bomba

Brasil - O globo - 13/11/2013

BRASÍLIA - Em reunião de duas horas com 11 líderes de partidos da base aliada, a presidente Dilma Rousseff fez um apelo para que a Câmara não vote a chamada pauta-bomba, cujo impacto nas  contas públicas seria de R$ 60 bilhões, conforme previsões do próprio governo. 

Dilma, segundo os líderes, disse que vai convocar o Conselho Político para a próxima terça-feira e quer fechar este pacto de votações com a Câmara e o Senado. 

Com isso, a estratégia do governo é não ter pressa para votar o Marco Civil da Internet, que está trancando a pauta da Câmara. 

O Planalto quer uma negociação casada: só libera a votação do Marco Civil se a área econômica der o aval para a proposta que cria o piso dos agentes comunitários de Saúde.

Dilma disse que vai conversar com os prefeitos sobre a proposta de um piso de R$ 903 em 2014, mas vários municípios são contra.

O líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), disse que a negociação do Marco Civil e do piso está casada e admitiu que o governo não tem pressa de votar nada até o final do ano.

- O governo está avaliando. Só se vota após um acordo político sobre as votações mais importantes. A presidente fez um pedido para que se tenha cuidado com a pauta, em não se votar algo que provoque descontrole fiscal, algum impacto nas contas públicas. Ela disse, com nitidez, que o país está com as contas sob controle, com nitidez, que as votações não podem ir na contramão disso - disse Guimarães.

Na mesma linha, o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), disse que Dilma quer um pacto entre os partidos.

- Ela quer um pacto pela responsabilidade fiscal - disse Eduardo Cunha.

Sobre as votações, o líder do PMDB disse que o Marco Civil tem seus próprios problemas no texto e que é preciso analisar o que fazer.

A pauta da Câmara está trancada pelo Marco Civil da Internet e pelo projeto que trata da multa de 10% do FGTS, ambos com urgência constitucional. Somente depois de votadas estas propostas, ficaria liberada a votação do piso dos agentes de Saúde.

Na prática, o governo quer segurar as votações até o final do ano. O Marco Civil não deve ser votado na terça, já que haverá sessão do Congresso. Os líderes admitem que a Câmara deverá ficar mais uma semana sem acordo.

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http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?id=1396976