Chanceleres do Brics expõem posições sobre espionagem e conflito sírio
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Brics - Jornal do Brasil - 02 de outubro de 2013
Durante a 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas, os
ministros de Relações Exteriores do Brics (Brasil, Rússia, Índia e África do
Sul) manifestaram contrariedade a uma solução militar para o conflito sírio e
se disseram preocupados com as práticas de interceptação não autorizada de
comunicações de cidadãos, empresas e membros de governo.
Segundo comunicado à imprensa divulgado no início da noite
hoje (26) pelo Itamaraty, tal prática compromete a soberania nacional e os
direitos individuais dos países sujeitos à espionagem. No fim de agosto,
reportagens denunciaram que a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos
(NSA, na sigla em inglês) tinha acesso à comunicação de cidadãos, autoridades e
empresas brasileiras.
Os ministros consideraram importante, de acordo com o
comunicado, “contribuir e participar em um espaço cibernético pacífico, seguro
e aberto e enfatizaram que a segurança no uso da tecnologia de informação e
comunicação por meio de normas, padrões e práticas universalmente aceitos é de
importância fundamental”.
Sobre o conflito sírio, os chanceleres opinaram que todas as
partes têm que se comprometer “imediatamente com um cessar-fogo completo” para
que tenham fim a violência e a deterioração da situação humanitária no país.
Além disso, a assessoria do ministro das Relações Exteriores brasileiro, Luiz
Alberto Figueiredo, informa que “os ministros condenaram fortemente o uso
dessas armas [químicas] por qualquer parte em quaisquer circunstâncias”.
Os países também saudaram o acordo entre a Rússia e os
Estados Unidos para a eliminação de armas químicas da Síria e o compromisso do
país de aderir à convenção sobre o assunto. “Os ministros reiteraram que não há
solução militar para o conflito e que é chegado o momento da diplomacia”, diz
ainda o documento.
As declarações dos países sobre essas questões são similares
à opinião da presidenta Dilma Rousseff, que anteontem (24) tratou de questões
internacionais durante seu discurso de abertura na Assembleia Geral das Nações
Unidas. Ainda segundo os ministros, “a resolução do conflito israelo-palestino
é um pré-requisito para a construção da paz sustentável e duradoura no Oriente
Médio”.
Em defesa de uma solução que contemple um “Estado palestino
contíguo e economicamente viável”, o comunicado condena a construção de assentamentos
israelenses nos territórios palestinos ocupados, o que, segundo os chanceleres,
“constitui uma violação do direito internacional e é prejudicial ao processo de
paz”.
Disponível em:
<http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2013/09/27/chanceleres-do-brics-expoem-posicoes-sobre-espionagem-e-conflito-sirio/>
Acesso em 02 de outubro de 2013
Links complementares:
http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/reuniao-de-ministros-das-relacoes-exteriores-do-brics-a-margem-da-68a-assembleia-geral-das-nacoes-unidas-comunicado-a-imprensa-nova-york-26-de-setembro-de-2013
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-09-26/em-nota-dos-brics-russia-e-china-manifestam-preocupacao-com-espionagem.html