Bióloga brasileira ficará presa por dois meses na Rússia
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Rússia - BBC Brasil - 29 de setembro de 2013
A Justiça russa ordenou a prisão preventiva da bióloga
brasileira Ana Paula Maciel, que foi detida a bordo de um navio do Greenpeace
no norte do país nesta semana, juntamente com outros ativistas do Greenpeace.
Em uma nova audiência neste domingo, as autoridades
decidiram manter presos por dois meses oito dos ativistas do barco Arctic
Sunrise que ainda precisavam depor - entre eles a brasileira.
Na quinta-feira passada, o tribunal na cidade de Murmansk
decidiu que outros 20 ativistas da ONG ambiental teriam que ficar presos por
cerca de dois meses, até o fim das investigações. Eles são acusados de
pirataria.
Ao todo, 28 ativistas de 18 países – além de um fotógrafo e
um cinegrafista que cobriam a ação – permanecem sob custódia por este período.
Em nota, o Greenpeace negou as acusações e disse que vai
recorrer da decisão.
Organizações ambientais e de direitos humanos, como WWF e
Anistia Internacional, divulgaram notas em apoio aos manifestantes do Arctic
Sunrise.
Em comunicado em seu site, a organização Repórteres sem
Fronteiras disse que a prisão do fotógrafo Denis Sinyakov, que cobria a ação, é
uma "violação inaceitável ao direito à informação".
Jaulas
A embarcação do Greenpeace foi interceptada pela guarda
costeira russa no mar ao norte do país no dia 18 de setembro.
Os membros da tripulação foram levados em ônibus para a sede
do Comitê Investigativo de Murmansk, e depois detidos em diferentes locais.
Um dia antes, em um protesto contra a exploração de petróleo
no Ártico, dois deles subiram em uma plataforma operada pela empresa russa
Gazprom na região.
Os ativistas foram conduzidos ao tribunal de Murmansk
algemados e colocados dentro de jaulas de metal. Lá, ouviram a argumentação da
promotoria - que os acusa de "pirataria de grupo organizado" - de que
eles poderiam tentar escapar se a prisão não fosse mantida.
Na última quarta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin,
havia dito que "obviamente" os ativistas "não são piratas",
mas afirmou que eles violaram leis internacionais ao se aproximar perigosamente
de uma plataforma de petróleo.
"Não infringimos nenhuma lei e acreditamos que houve
uso da força desproporcional pela guarda costeira e pela polícia russa",
afirmou Fabiana Ferreira Alves, coordenadora da campanha de clima e energia do
Greenpeace no Brasil.
"A acusação de pirataria não tem fundamentos porque
nosso grupo não fez uso da força."
Disponível em:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/09/130929_greenpeace_brasileira_cc.shtml
Acessado em: 2 de setembro de 2013
Link complementar:
http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2013/10/02/russia-acusa-formalmente-ativista-brasileira-de-pirataria/
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/10/russia-acusa-formalmente-brasileira-de-pirataria.html